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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Boletim Pro-Notícias nº 23.




                                                      
PRO-NOTÍCIAS 23
Boletim Informativo do PROFUNCIONÁRIO.

Brasília, 11 de agosto de 2015.

Responsável: Prof. João Monlevade, Coordenador da Formação.





  Onze de Agosto, Dia do Estudante

O PROFUNCIONÁRIO, instituído em 2005 no âmbito da Secretaria de Educação Básica do MEC e atualmente sob responsabilidade da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, SETEC, é um Programa pelo qual se induz Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF) e Secretarias Estaduais de Educação (SEDUC) a oferecerem Cursos Técnicos para Trans-formação de Funcionários em Profissionais da Educação, na modalidade de Educação a Distância.

Sua característica maior, que está sendo desenvolvida em tese de doutoramento do Dante Diniz Bessa, é a da Formação em Serviço. Assim, se ao receberem seus diplomas no final das 1.500 horas de cada curso, os funcionários passam a ser de fato e de direito profissionais da educação (art. 61 da LDB) da Categoria III, ao iniciarem a formação eles se transformam imediatamente em estudantes.

Esse fato, simples e natural para as crianças e adolescentes brasileiros na idade de ensino obrigatório (de 4 a 17 anos), é complexo e maravilhoso para a maioria dos nossos trabalhadores em educação. Não somente pela perspectiva do diploma no final dos estudos, mas principalmente por se incorporarem à categoria mais numerosa da sociedade brasileira: os estudantes.

Mais de 60 milhões de brasileiros adultos não concluíram o ensino médio. Mais de 100 milhões não possuem um diploma profissional, seja no nível básico ou superior.  Mais de um milhão de funcionários nos 26 estados, 5.564 municípios e no DF espera o momento de se transformarem em estudantes numa proposta séria de profissionalização, para qualificar as escolas onde trabalham como educadores em espaços não-docentes e para se valorizarem como cidadãos, técnicos e gestores.

A responsabilidade do MEC nesta ação indutora é muito grande. Maior ainda a dos IF e das SEDUC, responsáveis que são, na Lei e na prática, pela oferta dos cursos de nível médio, inclusive os profissionais. Dar acesso às centenas de milhares de funcionários a esses cursos é escolarizar o Brasil e preparar seus futuros filhos.

Viva o Dia do Estudante !  Viva o Dia do Funcionário-Estudante !



Curtas

1.Saiu no Diário Oficial de 10 de agosto.    A portaria de nomeação da Profª Cassandra Ribeiro, como Coordenadora de Fortalecimento dos Sistemas de Ensino Profissional e Tecnológico, onde “se aninha” nosso Profuncionário. A ela as boas vindas não somente das trinta Tutoras Sêniors do Curso de Formação, dos três mil coordenadores e tutores dos quatro cursos nos IF e SEDUC, como, principalmente, dos cem mil funcionários(as) que já receberam seus diplomas, que estão estudando ou pretendem se matricular nos cursos em 2015 e 2016.

2. Continuam as negociações para impressão    ...dos Cadernos Pedagógicos do PRO, de forma descentralizada. A proposta é que se faça por dentro de um PTA de algum IF, com edição de pelo menos 30 mil exemplares. Assim, todos os cursos a se iniciar ainda em 2015 já contariam com esse recurso didático indispensável, com o único custo do frete da cidade onde seria impresso até a sede da instituição.

3.  Bolsas nos bolsos    Depois de um período marcado por atrasos deletérios, as bolsas estão voltando a ser pagas com maior regularidade. Desde ontem, tanto as TS da Formação quanto os tutores e coordenadores nos IF e SEDUC que oferecem o Profuncionário receberam o que o FNDE lhes devia. No caso dos cursos novos que se iniciam de agosto a novembro (aguarde notícia do PN 24), as bolsas de 2015 estão garantidas e se planeja forma mais substancial de financiamento dos educadores.

4. Acre na frente    Dias 7 e 8 de agosto realizou-se a Primeira Semana dos Estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Processos Escolares, na cidade de Cruzeiro do Sul, no extremo oeste do Brasil. Tal como em Rio Branco, professores e estudantes tiveram palestra e debates com o João Monlevade. A formatura das primeiras turmas está prevista para setembro próximo. E negociações para Cursos Superiores estão sendo feitas no Paraná e no Mato Grosso. De nós todos depende a oferta dos cursos superiores, que qualificarão e valorizarão os funcionários !




Sobre a Política de Formação dos Funcionários

A primeira escola no Brasil foi fundada em 1550. E nela trabalhavam dois educadores que não eram professores. Assim foi sempre no nosso país: nenhuma escola funcionou sem os funcionários.

Entretanto, durante mais de 400 anos, ninguém se importou com a formação dos não-docentes. Ainda mais que, por muito tempo, eles e elas eram escravos.

Mesmo com a universalização e democratização das escolas pela Constituição de 1988, só se garantiu a valorização de seus profissionais do ensino (magistério). Foi preciso ser fundada a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) em 1990 para se forçar o Congresso Nacional a aprovar a Emenda 59 e a Lei nº 12.014, de 2009, que reconheceram os funcionários como profissionais da educação, merecedores de um Piso Nacional Salarial.

Assim como os professores, os funcionários precisam ter formação inicial – que se faz pelos Cursos Técnicos em Alimentação Escolar, Secretaria Escolar, Infraestrutura Escolar e Multimeios Didáticos em nível médio e pelo Curso Superior de Tecnologia em Processos Escolares (ver notícia do Acre na página anterior) – e formação continuada, que se oferece aos funcionários já em exercício, pelos mesmos cursos técnicos e por outros cursos de graduação e pós-graduação, segundo o art. 62-A da LDB.

Essas considerações são a base legal para a chamada “política de formação inicial e continuada dos funcionários”, cuja implantação está prevista no Meta 15, Estratégia 11 e nesse momento é objeto de formulação pelo Ministério da Educação.

O PROFUNCIONÁRIO é um programa federal que começou em 2004 e já atingiu cerca de 100 mil funcionários. Entretanto, calcula-se que quase um milhão de trabalhadores em educação espera a oportunidade de fazer esses quatro cursos e outros mais  que o Pro-Notícias já anunciou. O documento da política deve ser publicado a curto prazo, mas o importante é que tanto os funcionários se disponham a fazer os cursos (de 15 a 20 meses, na modalidade EaD) quanto os Institutos Federais (IF) e as Secretarias de Estaduais de Educação tenham a iniciativa e ousadia de oferecê-los. A estratégia mais correta, no nosso entender, seria a oferta dos Cursos Técnicos em IF e  escolas de ensino médio que ofereçam ou passem a oferecer Cursos Normais que fazem a formação inicial dos(as) professores(as). Podemos, inclusive, incentivar as Prefeituras a oferecer esses cursos com recursos do FUNDEB – o que exige emenda à atual legislação – na perspectiva de preparar com qualidade os futuros educadores de suas redes de ensino. Vamos debater essa matéria !

professormonlevade@gmail.com


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